O tênis é um dos esportes mais cativantes que existem. Envolve emoções,
desafios e experiências, que nos motivam a praticá-lo cada vez mais. E, ao mesmo
tempo em que exige, também desenvolve capacidades físicas e psicológicas que
acabam sendo úteis no nosso dia-a-dia (ISHIZAKI e CASTRO, 2008).
Certamente o maior benefício que o tênis proporciona a seus adeptos é o meio de
se conservarem fisicamente bem. É um esporte que pode ser feito praticamente do
berço ao túmulo, oferecendo condições de afastar o esportista deste último por mais
anos (TILDEN, 1977).
O tênis é também um esporte que pode ser jogado em qualquer nível, que diverte
desde a primeira vez em que você empunha uma raquete e rebate a bola (mesmo que
ela vá parar do outro lado da rua). Qualquer que seja o seu nível, qualquer que seja a
sua idade, você sempre encontrará um parceiro para disputar uma boa partida e ter
momentos agradáveis (ISHIZAKI e CASTRO, 2008, TILDEN, 1977).
UM POUCO DE HISTÓRIA (BALBINOTTI, 2009)
A paternidade do tênis da Era Moderna foi atribuída ao Major inglês Walter Clopton
Wingfield, que entrou para a história do tênis ao registrar na oficina de patentes de
Londres um jogo batizado de sphairistike. O fato ocorreu em 23 de fevereiro de 1874.
O jogo era comercializado em uma caixa que continha os implementos
necessários para a sua prática: quatro raquetes, duas bolas, redes e um livro de regras.
O sphairistike poderia ser praticado em qualquer jardim ou gramado das residências
onde fosse possível pintar as linhas da quadra. Por isso, o jogo passou a ser praticado
também pela classe média britânica.
Ao perceber que o jogo saía do âmbito da aristocracia inglês e tornava-se popular,
o Major Wingfield publicou um folheto revisando as regras. A mais importante foi com
relação à mudança do nome sphairistike, considerado complicado e pouco comercial,
para lawn tennis, que significa "tênis no gramado".
O lançamento definitivo do lawn tennis deve-se à iniciativa do clube All England
Criquet Club, localizado em um subúrbio elegante ao sudoeste de Londres, na
Inglaterra, chamado Wimbledon. Nesse clube, foi organizado o primeiro torneio oficial
de lawn tennis em 1877.
O tênis chegou ao Brasil em 1888, trazido principalmente por engenheiros
britânicos, que vieram ao país para construir estradas de ferro. Eram jovens de famílias
nobres que, além de terem frequentado as principais universidades inglesas, praticavam
tênis nos melhores clubes da Inglaterra. O grupo, em sua maioria, chegou ao Brasil pelo
Porto de Santos, no Estado de São Paulo, e pelo Porto de Niterói, localizado no Estado
do Rio de Janeiro.
As primeiras quadras de tênis foram construídas em Niterói em 1889.
BENEFÍCIOS DO TÊNIS
O jogo de tênis pode ser uma atividade física tanto aeróbia quanto anaeróbia.
Atividade aeróbia significa simplesmente que o corpo está trabalhando com oxigênio
para produzir energia. Um jogo típico pode durar entre 1 e 3 horas, exigindo uma irrigação sanguínea eficiente para transportar o oxigênio do coração aos músculos em
contração (WOODS e WOODS, 2010).
Os benefícios anaeróbios são obtidos a partir de períodos mais curtos de atividade
física intensa, corridas rápidas para alcançar a bola, seguidos por períodos curtos de
descanso entre os pontos. Períodos de descanso mais longos são permitidos na troca
de lado após jogos de número ímpar. Esse tipo de atividade, algumas vezes
denominada intervalo de treinamento, é um dos meios mais eficientes de obter uma
atividade física de alta qualidade (WOODS e WOODS, 2010).
O exercício ajuda a reduzir a pressão arterial, alivia o estresse e gasta calorias.
Todos esses fatores exercem um papel vital na redução do risco de uma doença
cardíaca, maior causa de morte entre homens e mulheres. Entretanto, o tênis oferece
mais: a prática regular também melhora a coordenação física geral, o equilíbrio dinâmico
e a coordenação olho-mão. Rotações e giros durante o jogo auxiliam no
desenvolvimento da flexibilidade geral, do controle do corpo e da densidade óssea, e
cada um desses benefícios é crucial à medida que se envelhece, visto que a tendência,
como resultado direto do processo de envelhecimento, é a perda das capacidades
aeróbia e anaeróbia, da flexibilidade, da densidade óssea, da força muscular e da
resistência (WOODS e WOODS, 2010).
Segundo NIEMAN (1999), várias atividades desenvolvem tanto os componentes
da aptidão física relacionada com a habilidade quanto com a saúde. O tênis numa escala
de 5 pontos quanto a capacidade de desenvolver a aptidão aeróbia/composição corporal
(agrupadas por se relacionarem com o gasto de energia) ou força/resistência muscular,
está com pontuação 3 em ambas as capacidades.
Poucos conseguem apontar um esporte que tenha a combinação do grau de
dificuldade técnico, físico e mental comparável ao tênis. Uma pesquisa realizada pela
ESPN Internacional o tênis ficou em sétimo lugar numa avaliação de qual o esporte mais
completo. Foram analisados: resistência, potência, força, velocidade, agilidade,
flexibilidade, autocontrole, resiliência, velocidade de reação e reação analítica (OMAKI,
2017).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TILDEN, William Tatem.
Tênis: como jogá-lo melhor: Um guia completo sobre técnica
e táticas. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1977.
NIEMAN, David C.
Exercício e saúde. 1. ed. São Paulo: Manole, 1999.
ISHIZAKI, Márcio T., CASTRO, Mara Sílvia A.
Tênis: aprendizagem e treinamento. 2.
ed. São Paulo: Phorte, 2008.
BALBINOTTI, Carlos (Org.), BERLEZE, Adriana, et al.
O ensino do tênis: novas
perspectivas de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2009.
WOODS, Kathy, WOODS, Ron.
Prática de tênis após os 50: as melhores estratégias,
técnicas e equipamentos. Barueri, SP: Manole, 2010.
OMAKI, Carlos. Tênis, o superesporte. Por que esta é uma das mais completas
modalidades esportivas?
Revista Tênis. Inner Editora, ano XIV, n. 164, p. 26-33, maio 2017.